quinta-feira, 10 de junho de 2010

APENAS O QUE FICOU ( um poema à minha terra)

Quando fui, era inocente
assim como é inocente
os pensamentos de criança.
Não parti porque queria
mas, sim porque precisava
dar asas a minha esperança.

Rumei então a outro norte
seguindo os passos da sorte
buscando sonhos sonhados.
Caminhei por tantos anos
organizando meus planos
já desde alí projetados.

Depois de tempos, voltei
ali mais, não encontrei
minhas origens, meu quinhão.
Me senti entristecido
ao ver assim destruído
aquele pedaço de chão.

Vi na rua principal
cravada naquele pau
uma placa - estava a escrita,
um bem conhecido nome
e também o sobrenome
José Joaquim de Mesquita.

Não vi mais o meu ranchinho
que o barro, devagarinho
cobriu tudo, sem piedade.
Apenas o que ficou:
o nome do meu avô
pra aumentar minha saudade.

Meu coração entristeceu
ao ver que do sangue meu
somente um nome restou.
Ao me sentir tão sozinho
voltei de novo ao caminho
porque ali tudo acabou.

09/06/2010
Maria (M.S. Mesquita )

3 comentários:

Joaquim do Carmo disse...

Cheios de ternura estes versos dedicados às lembranças do cantinho de infância que, tantas vezes acontece, ao revisitar-se, não conserva mais que uma grande saudade!
Beijinho

Anderson Meireles disse...

Lindo, lindo...
Abraço!

poetaeusou . . . disse...

*
um mar de sensibilidade,
no carinho das tuas palavras,
bem-hajas,
,
*