sábado, 24 de maio de 2008

UM RENASCIMENTO À VIDA AOS 62 anos

É A VIDA

Tenho 62 anos.
Há dois anos atrás, minha vida era diferente. Vivia na monotonia da idade. Não entendia nada do mundo virtual, aliás, nem sabia exatamente o que significava a palavra “virtual”. Tecnologia passava longe do meu vocabulário.
Foi aí que meus dois filhos foram para o exterior me deixando como herança um COMPUTADOR que para mim não tinha nenhuma utilidade; eu não sabia nem como ligar aquela máquina ; me parecia por demais complicada e até me dava um certo medo. Aqueles medos de curto circuito, por fogo na casa,


Mas eu tinha que vencer aquilo; afinal dizem que a gente viaja o mundo nessa máquina e eu queria muito estar perto dos meus filhos através dela.
Então resolvi fazer um curso de informática; aqueles com 60 horas que a gente não aprende praticamente nada, mas pra mim já era o suficiente até que conheci a famosa INTERNET. Naquele dia voltei pra casa deslumbrada.
Puxa vida !!! Foi como me abrir uma grande porta que me levaria a um mundo fantástico.
Fiquei fascinada com o que vi. Quando aprendi que poderia coletar imagens, copiá-las numa impressora ou anexar em trabalhos, foi o máximo.
Já comecei a perceber que a minha máquina era fraquinha. Tinha a potência básica; não suportava muita coisa. Minha internet era discada e lenta.
Comecei a desesperar porque queria que tudo funcionasse bem e: me virei. Melhorei a máquina e coloquei Banda Larga.
Agora sim – podia sonhar mais alto. Foi aí que pensei: - se as pessoas podem fazer todas essas maravilhas, porque eu não? Queria saber onde aprender mais.
Uma pessoa, mais ou menos entendida no assunto me disse um dia-“ O SENAC vai ministrar um curso de WEBDESIGN; ensina as coisas que você quer aprender.”
Não sabia o que era aquilo, mas lá fui eu.
No primeiro dia de aula, voltei pra casa decepcionada. Não entendi nada que o professor falou, não conhecia a linguagem usada ali, estava num mundo que não era o meu e, sobretudo descobri que aquele curso de 60 horas só serviu pra me dar um certificado, sem o qual não poderia matricular no desconhecido WEBDESIGN.
- Meu Deus, e agora? Já tinha pago o curso, relativamente caro e não conseguiria acompanhar meus colegas de sala que, pra variar poderiam ser meus filhos ou netos, inclusive o meu professor (28 anos)
.
- Onde fui me envolver... pensava – mas não desisti. Procurei o mesmo SENAC e me matriculei noutro curso “Informática Integrada”. Nível superior ao que eu havia feito e com o mesmo professor de WEB. Ele disse que eu não ia agüentar seis horas consecutivas, mas eu insisti.

E foi assim que “encarei” seis horas por dia, cinco dias por semana. Saia de casa as 15:00 horas e só chegava 22:40. Às vezes o cansaço tomava conta, mas eu não desanimei em tempo algum. Tive problemas de saúde naquele período, porem não faltei uma aula sequer. Graças a Deus.
Entre 31 de Janeiro a 11 de junho de 2007, acumulei todos os certificados que me foram concedidos ali.


Posso até não saber tudo, mas sei o suficiente pra fazer as coisas que me dão muita alegria.

Como grande presente de DEUS, ganhei a amizade, dedicação e muito carinho do meu professor que vale gravar o nome – Prof. Flávio Lopes dos Santos. E hoje me orgulho de dizer que ele é como um filho e tem um lugar especial no meu coração. Continua ainda ajudando-me sempre, ensinando coisas novas.
Hoje o meu PC é o meu companheiro inseparável. Aqui eu sonho, produzo meus trabalhos, falo e vejo meus filhos virtualmente. Vivo a minha vida.
Se Deus me permitir e sei que vai, não parei aqui. Ainda pretendo aprimorar e por não aprender mais.
Agradeço ao Criador por me dar essa oportunidade e ao Professor Flávio por, carinhosamente dividir comigo seus conhecimentos. Sou eternamente grata a esse jovem que me ajudou a vencer as limitações e preconceitos me integrando a uma sociedade de jovens e adolescentes (meus colegas de sala) num mundo que antes me parecia tão distante.

Quantas vezes ali, me perguntaram se eu era professora e sem nenhum constrangimento, mas com orgulho respondia: sou aluna.
Ajudou-me a deixar o passado no passado e viver no presente, sonhando com o futuro.
Dizem que nunca é tarde para recomeçar – Eu digo “nunca é tarde para COMEÇAR”.
Vale também dizer que não devemos ver a idade como velhice... fim de vida... descanso.
Velhice é muito mais UM ESTADO DE ESPÍRITO que qualquer outra coisa.
Portanto amigos da minha idade, um pouco menos ou muito mais, não se deixem abater pelos tantos anos.

ABRAÇEM SEUS IDEAIS E VIVAM CADA DIA COMO SE FOSSE SEMPRE O PRIMEIRO.

Prof. Flávio, obrigada por tudo e um
Grande beijo
.
Maria
17/10/2007






Um comentário:

Anderson Meireles disse...

Compreendo minha amiga. "Velhice" pode parecer uma palavra gorsseira para quemcarrega algum tipo de preconceito.
Velhice para mim é ápice!
Um agrande e forte abraço!